Helsingfors (parte I)

Sexta passada fiz minha estréia em viajar sozinha, já que a Marcelle já voltou pro Brasil. 
Eu tava mega ansiosa na ida, e pra ajudar o voo atrasou porque o avião que ia era o mesmo do voo que vinha de lá um pouco mais cedo, e como tava nevando muito forte lá o voo foi atrasado em 40min.
O avião tava mais pra jatinho do que pra um avião propriamente dito, parecia que tinha uma máquina de cortar grama dentro, de tanto barulho que as turbinas faziam... mas chegou bem e pelo menos dessa vez fui de Finnair e não de Ryannair, que tá mais pra ônibus que voa. Cheguei bem em Helsinki e vi que tava tudo branquinho de neve, imaginem a minha felicidade depois de 2 meses de expectativa de ver uma quantidade razoável de neve no chão! Matei minha vontade com 30-40cm de neve no chão.
Quando cheguei lá já era tarde (Helsinki está 1h na frente de Gothenburg) e eu tava bem cansada, então rapidinho fui pegar o ônibus que levava pro centro e ainda achar o Hostel. O motorista do busão não parou onde eu tinha que descer, mas foi super querido, falou pra eu esperar lá dentro e no retorno parou quase na entrada do estádio e eu só tinha que caminhar reto uns 500m até o hostel. 
O hostel, no caso, fica no Estádio Olimpico da cidade, que é o maior estádio do país. O estádio foi construído pra sediar os jogos olímpicos de verão de 1940, mas aí veio a guerra e os jogos foram suspensos. O hostel em sí é bem simples e pequeno, mas bem organizado e limpinho. No quarto que eu fiquei tinham 10 camas. É, 10! Mas só tinham duas gurias francesas no quarto, no sábado elas foram embora e fiquei sozinha! 

Detalhe na diferença do campo de futebol de quando eu saí de manhã pra quando eu cheguei no fim da tarde.
Eu já tinha me informado na recepção do hostel sobre tour pela cidade então acordei cedo, tomei café no hostel mesmo (ainda bem que decidi tomar café lá, porque Helsinki não é igual à Gothenburg que tem um Pressbyran e um 7Eleven em cada esquina) e com o mapa na mão fui caminhando até a rua popular da cidade, que eles chamam de Esplanade. 
Fui caminhando igual uma criança no meio de tanta neve. As ruas pareciam que tava cheias de areia de praia por causa da cor e consistência da neve no asfalto. Só pra constar descobri que não sei o que é pior: caminhar na neve fofa, que eu só consigo comparar à caminhar de tênis na areia fofa da praia, ou caminhar na neve socada que eu comparo com andar descalço no azulejo com sabão. Foi complicado me equilibrar esses dois dias na neve e mesmo tendo visto na previsão que ia nevar, como a neve até agora tinha sido miadíssima nem deu muita atenção e fui com minhas botas e não levei meu tênis de neve. Ô arrependimento!!
Só pra constar, por conta da neve e do dia nublado, a maioria das minhas fotos estão em tons de cinza, com pequenos toques de cores em tons pastel!

O Parlamento.

Museu de música. A neve que tinha caído sendo soprada pelo vento...uma maravilha passar do lado na hora. 

Uma das avenidas principais de comércio de Helsinki.

E essa é a principal loja de departamentos, chegam a dizer que se você não encontrar o que está procurando lá, é porque você não precisa disso, de tão grande que é.

Ah, começou a cair um tipo de granizo diferente do nosso. São as gotas de chuva que congelam então são pedrinhas bem pequenas, e se você der o azar de ter que andar na direção contrária que o vento está tocando elas, vai doer muito o rosto.

  
Essa é a Esplanade: duas avenidas com uma quadra no meio só de jardins e essa única construção ali é um café/restaurante bem antigo, famoso e chique.

Atravessar a rua em qualquer lugar nem pensar, olha lá o 'morro' de neve que tem pra escalar!

A Finlândia é um país que já fez tanto parte da Suécia como da Rússia, sendo assim a Finlândia não é uma monarquia, o que significa que dessa vez não teve troca de guarda pra assistir e qie tem muita influência de ambos os lados, por exemplo a Finlândia tem dois idiomas oficiais: o finlandês e o suéco; também é possível ver as placas de algumas ruas escritas em finlandês, suéco (mas somento uns 6% da população tem o suéco como língua-mãe) e também em russo (acredito eu que seja russo porque não entendi nada!).

E também o Teatro suéco.

Monumento construído em homenagem à esposa de um czar russo.

Bom, fiz o passeio com o ônibus de turismo, foi bem legal, tinha até 3 monitores mostrando o que estava na frente do busão pra gente poder acompanhar tudo!

A cidade não é muito grande, mas tem muita coisa e se no inverno debaixo de um monte de neve já me encantou, imagina no verão como deve ser?!

Isso aí é uma feirinha de rua, realiza o frio o que o povo não tava passando ali o dia inteiro?

Do lado da feirinha encontrei um táxi que veio direto de Curitiba :P

E presta atenção na disposição pra correr com -3°C debaixo de neve. Tô precisando conversar com esse cara...

Disseram que esses lugares aí são praias super agitada no verão.

Dá pra enxergar essa obra que parece uma árvore ali no meio? Eu não entendi ainda porque é tão importante, mas o ônibus chegou a parar pro pessoal descer, mergulhar na neve pra chegar perto e encontrar o ônibus do outro lado do parque. Dessa vez eu optei por não enfrentar a empreitada.

E aqui, dá pra ver que é tudo mar?

A Ópera fica do ladinho do estádio onde é o hostel.

A Centralstation por dentro parecia com uma igreja antiga que transformaram em estação de trem...sei lá, não tinha aquela 'vibe' de estação de trem apesar de não ser feia.

A Catedral Luterana de Helsinki. É linda, mas não consegui entrar porque estava rolando um batizado e estava fechada para visitação. :(

E o prédio da faculdade logo ao lado da catedral.

 

  

Essa casa azul é a casa de pedras mais antiga de Helsinki.

Dá de ver a altura da neve?

O City Hall, que tava em reforma.

Eu não lembro agora o que é esse prédio, mas é muito lindo pra deixar de fora e prometo que vou procurar do que se trata e atualizar aqui.

Esse barco aí é um café, mas eu optei por ir almoçar no mercado municipal que fica logo atrás.

Essa é a Catedral Ortodoxa de Helsinki. É linda demais, e apesar de também estarem preparando tudo para um batizado, estava aberta à visitação. Eu tava ali na rua tentando entender onde ficava o acesso à igreja até que veio um cara e me perguntou onde ficava o acesso (acho que tenho cara de qualquer nativa escandinava) aí respondi que eu também era turista e pra gente descobrir juntos então. No caminho pro acesso fomos conversando e descobri que ele é mexicano e trabalha no tribunal eleitoral do México, e veio pra Finlândia num projeto de cooperação entre países durante as eleições, já que ia ter eleição pra presidente da Finlândia no domingo. Inclusive tenho que ressaltar que se ele não tivesse me dito isso eu não ia ter a mínima idéia de que estávamos em véspera de eleição porque não existia nenhuma propaganda pelas ruas, era um dia normal. No domingo mesmo a única diferença que eu notei foi que 70% dos prédios e casas tinham a bandeira finlandesa hasteada.
Voltando à igreja, nunca tinha entrado em uma igreja ortodoxa antes, achei altar e decoração muito parecida com a católica, mas os bancos é que não existem, são só cadeiras, e são dispostos de acordo com a necessidade.

 

Esses cadeados nas pontes para 'selar' amores é bem comum aqui na Europa, pelo menos na parte norte. Eu já tinha visto uma ponte assim em Estocolmo (e a Marcelle na Polônia), mas só aqui eu consegui tirar foto decente. O esquema é por o cadeado na ponte e jogar a chave no mar/rio. A maioria dos cadeados tem nomes e data gravados e pelo que entendi quanto maior o tamanho do cadeado maior o amor.

Só pra reforçar o quão frio estava!

E essa louca de saia e tamanco caminhando na neve. Sem meia e tamanco na leve é igual descer de pé no tobogã. Esses caras aí também viraram só pra reparar na louca.

Eu não sei o quanto o povo finlandês usa bicicleta quando não tem neve, mas não vi muitas nas ruas apesar, não sei se todo mundo guardou as suas, mas as poucas que eu vi obviamente estavam como essas aí.

Helsinki foi eleita a capital mundial do design em 2012. Pelo menos em se tratando de arquitetura vi vários prédios modernos que se integravam muito bem ao resto dos prédios antigos.

Achei interessante que os trams de lá são bem estreitinhos. Aqui são dois assentos de cada lado do corredor e em Helsinki são dois de um lado e um do outro.

Ah, perdi as contas de quantas pessoas estavam tentando desatolar o carro da neve.

  

A neve era tanta que o fluxo de tratores limpando as ruas era gigantesco. Tem até uns menores pra limpar calçada. Teve um momento que eu parei na calçada pra me achar no mapa e não me liguei que atrás de mim tinha um tratorzinho me esperando sair fazia uns minutos já...Pedi desculpa pro motorista morrendo de vergonha :S 

No telhado de vários prédios tinha gente tirando a neve acumulada. 

Curiosidades:
- Metade da população tem casa própria;
- Todo mundo tem direito à educação gratuita, inclusive ensino superior;
- Achei as coisas lá muito caras. Naquela feirinha de rua vi um chapéu lindo de feltro de lã. Custava 30€. Um copo de café com leite custava 4,50€