Vou começar com uma brincadeira: Quem consegue achar o carro?
Depois de almoçar eu parei na lojinha de informações turísticas de novo e conversei com um cara muito simpático e que por dar bastante papo eu desconfiei que ele não fosse finlandês, perguntei e era italiano e também sabia algumas palavras de português. O italiano simpático me deu um livreto sobre possíveis auto-tours que podemos fazer pela cidade, tipo circuitos, com tudo que é interessante marcado no mapa e com referências.
Fui caminhar por uma das ilhas onde fica a catedral ortodoxa. Boa parte da ilha é residencial, mas também tem um hotel gigante, escritório do Ministério de Relações Exteriores e o porto de uma das empresas de Navio de passageiros que atenda Helsinki.
Família brincando de escorregar os morros de neve. Juro que morri de vontade de ir lá pedir pra escorregar também. :P
Uns predinhos maravilhas com uma vista melhor ainda. Imagina no verão...
Nesse bairro pelo menos eu vi que existe uma área enorme do estacionamento reservada pros carros híbridos. Tinha um monte ali recarregando a bateria, mas claro que eu tinha que tirar foto do Volvo, né?
Falei no post anterior sobre Helsinki ter umas construções bem modernas integradas à arquitetura mais antiga da cidade... aqui vai um outro exemplo.
Esse é aquele café/restaurante que eu falei antes. Decidi jantar ali já que eu tinha tomado uma sopa meia boca de almoço e comi um salmão delícioso. Mas foi no mínimo interessante ver o povo reparar em mim jantando sozinha vestida com moleton e com as botas cheias de neve.
Essa é a praça da Esplanade, tava linda à noite toda iluminada ainda com a decoração de natal.
Terminei de jantar já era umas bem cedo, lá pelas 18hs. Jantei cedo porque aqui todo mundo janta cedo, acostumei, também porque eu tava com fome depois de perambular tanto e pra completar porque eu já tava morta de cansada depois de passar o dia me equilibrando na neve. Meus pés e joelhos doíam muito, fora que entrou água no pé direito e eu já estava há umas duas horas caminhando com o pé congelado, o que não é nada agradável. E depois de barriga cheia caminhei mais uns 3km pra chegar no hostel, tomar banho, deitar na cama quentinha e descobrir que não tem mais ninguém dividindo o quarto comigo. Maravilha!
Na manhã seguinte já saí com a mochila nas costas pra não precisar caminhar até o hostel só pra pegar a mochila antes de ir pro aeroporto. Ótimo porque economizava uma puta caminhada, mas uma merda caminhar com a mochila nas costas o dia inteiro. Ela não tava pesada mas tinha volume, mas mesmo com a mochila leve, depois de caminhar o dia inteiro com ela nas costas parece que a mochila tem uns 20kg. Bom eu tava ciente disso quando decidi sair com a mochila então nem fiquei me martirizando apesar ter precisado tomar um relaxante muscular na segunda-feira de tanto que estava dolorida...
As ruas já estava com menos mene no asfalto, mas agora tava tudo mais acumulado ainda nas esquinas por conta do trabalho exaustivo das maquininhas no dia anterior. Mas pelo menos dessa vez dava pra enxergar o caminho, no dia anterior nem isso dava. Até fiquei pensando que pra dirigir assim só conhecendo o caminho, senão certo que a pessoa vai entrar em algum lugar que não é rua.
No tour no dia anterior passamos por uma outra igreja luterana que é feita de pedra e é bem famosa tanto pela arquitetura quanto pela acústica. Alguns eventos de música são feitos lá só por causa disso. Mas também não pudemos entrar porque estava acontecendo um funeral :S Deixei pra ir no domingo, mas a igreja só abre em horários bem específicos então também não consegui entrar nessa. No caminho pra igreja encontrei uns bonequinhos de neve numa praça.
Tão vendo a igreja aí? Bom, no tour disseram que pé direito da igreja era de no máximo 13m.


Depois de falhar minha tentativa de conhecer a igreja de pedras por dentro fui de novo pra Esplanade pra pegar o ferry em direção à Suomenlinna (em finlandês) ou Sveaborg (em suéco), que é um conjunto de 6 ilhas onde existe uma fortificação do séc. XVIII que é considerada patrimônio histórico da humanidade pela Unesco.
O ferry foi rapidinho, em apenas 15 minutos já estava na ilha. Lá além da fortificação também tem muitas casas e prédios com gente morando lá. Também tem vários cafés, restaurantes e até um hostel, mas pelo que notei muitos dos cafés e restaurantes não ficam abertos no inverno. Nessa ilha pode-se transitar com carro, alguns ferries transportam carro, mas é bem caro 35€ o trajeto. Ah, no caso "Suomi" é "Finlândia" em finlandês (ou suomi).
O forte foi construído quando a Finlândia ainda fazia parte da Suécia, e como Helsinki fica muito próxima de São Petesburgo, na Rússia, a Suécia decidiu construir esse forte tanto para tentar expandir o império como pra se proteger. Mas aí a Russia fez um pacto com Napoleão e a Rússia, guerrearam e a Finlândia foi um estado autônomo russo de 1809 à 1917. Ok, vamos combinar que não tinha como a Suécia ganhar essa, né?



Por toda a ilha existiam placas como essas indicando direções e distâncias, e com o mapa da ilha consegui conhecer tudo. Escolhi não esperar o tour guiado porque ia sair só 1h depois de que cheguei (o cara da loja de informações me passou o horário errado do tour) então pra não ficar lá congelando e também pra economizar 8€ fui conhecer a ilha sozinha.
A cidade ao fundo.
Subi numa parte alta do forte pra poder tirar as fotos da cidade e pra continuar o circuito fui descer por outro lado e afundei na neve. Caí sentada. Mas e aí, como faz pra levantar? Não tem apoio nenhum...ainda bem que eu tava achando divertido, porque fiquei ali tentando várias vezes levantar enquanto congelava 'as partes'.
A fortificação é cheia dessas 'casinhas' com o gramado passando por cima. Obviamente a razão é esconder essas casas, mas é muito bonitinho, parece até as casinhas dos anões do filme O Senhor dos Anéis. :P
Tem um porto na ilha, mas os barcos estavam todos erguidos e devidamente cobertos pra se protegerem do gelo e da neve.
Esse é o túmulo do cara que planejou toda a fortificação.
Tão vendo essas tambas de bueiros aí? Pois elas são de um perigo imenso. Eu não sei o que se passa ali mas alguma coisa é quente e derrete a neve que fica encima. A neve derrete, vira água que escorre pra neve e congela de novo, mas aí vira gelo...e quem dá o azar de pisar encima pode escorrer e cair de bunda. E se estiver de mochila, a mochila pode abrir com o impacto no chão e as suas coisas se espalharem no chão. Bom, pelo menos a compressa de gelo na bunda é imediata e evita o roxo... #Fail.
Gente, isso é um presídio. Eu quase não acreditei quando eu vi. Pensei "O quê? Como assim um presídio numa fortificação que é patrimônio histórico da humanidade? Tem alguma coisa errada..." e aí li a placa de novo e é isso mesmo: um presídio. Fui pesquisar e descobri que esse é um presídio de baixa segurança e os presos vão pra lá voluntariamente para trabalharem na manutenção da fortificação. Primeiro mundo até pros presos.
Essa é a igreja da ilha, o sino é o maior da Finlândia. Não achei muito grande...
Depois que eu voltei de Suomenlinna eu tava morta de cansada de caminhar no meio de tanta neve. Cansa igual caminhar na praia. E como eu tava morrendo de frio (combinação de cansaço e frio mesmo) eu não ia aguentar bater perna por mais 1h30, que era o tempo que eu ainda tinha antes de ir pro aeroporto então decidi pegar o próximo ônibus e ir mais cedo pro quentinho e ficar lá sentadinha lendo meu livro bem confortável. Viajar é ótimo, mas cansa pra xuxú.
Fotos interessantes: