terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Gothenburg - Paris - Guarulhos - Curitiba

Meu voo de volta pro Brasil passava por Paris e tinha 9hs de espera lá. Eu já tinha planejado passear por lá sozinha, mas tive a sorte de viajar acompanhada de mais 5 colegas mara.
Eu já tinha me informado com um outro colega que morou em Paris pra saber como sair do aeroporto e chegar no centro e o quê fazer por lá sozinha mesmo, mas acompanhada foi muito melhor.
Bom, pra começar o aeroporto de Paris é gigantesco e na verdade nem fica em Paris, fica numa cidade próxima e a área do aeroporto é quase tão grande quanto a área da cidade de Paris. Absurdo!!!
No aeroporto mesmo pegamos um ônibus interno pra mudar de terminal e deixar as mochilas e malas de mão num guarda-volumes, porquê não ia ter condições de bater perna carregando um monte de coisas nas costas, mas tínhamos que voltar pra pegar as mochilas às 21h30 no máximo, que é o horário que fechava a lojinha. Depois tentamos achar algum lugar que tinha um mapa da cidade, sem sucesso. Só consegui achar um mapa do metrô, que foi a nossa salvação.
Pegamos o metrô que sai do aeroporto às 16hs e 40min depois descemos na estação que fica do lado da Notre Dame. Na verdade a estação do Notre Dame tem várias saídas e por azar escolhemos sair na que fica mais longe da catedral, então tivemos que dar uma caminhadinha até lá.











Passamos apenas na frente da igreja e não demos a volta ao redor muito menos entramos porquê o tempo era pouco. Não sei se foi a percepção de quem só viu a igreja de frente, mas achei que ela fosse maior. Bom, pequena ou grande ela ainda é muito bonita.








Na frente da igreja tinha uma turma de meninos reunidos que parecia ser de escoteiros mas que a gente tava dizendo que era uma escola pra suécos, porque tava fazendo uns 3ºC e estavam todos de bermuda.
A gente passou nesse lugar aqui que é muito lindo, tentei procurar saber o que é mas não consegui descobrir, então se alguém souber, por favor me diga que eu fiquei curiosa. 





Dalí fomos caminhando em direção ao Louvre.













Aqui também uma ponte com o cadeado dos apaixonados.




E finalmente o Louvre.






Eu fui ali naquela pirâmide menor coloquei os pés bem juntinho do vidro e deitei sobre a pirâmide. Posso dizer que foi muito interessante a visão dalí. :P








Olha que engraçado esse boneco inflável na janela. Na foto de baixo ele aparece bem pequeninho.






Luís XIV, que eu achei muito afrescalhado...








A gente entrou no Louvre mesmo porque os meninos queriam ir na Apple Store comprar umas encomendas. O complexo do Louvre é gigantesco e eu não tinha idéia que era tão grande. No museu mesmo nós não fomos, porque esse realmente não ia dar tempo. 
Agora olhem a decoração do banheiro feita de rolos de papel higiênico. Foi o xixi mais caro da minha vida - €1,50. Nunca vi um banheiro tão cheio de esquema. Acho que dava pra dizer que era uma loja que vendia a oportunidade de se fazer xixi. Muito sem noção e sem outra alternativa. 



A gente se informou sobre como fazer pra sair do Louvre e ir pra Torre Eiffel e descobrimos que dentro do Louvre tem uma estação de metrô, mas como tudo em Paris achamos mal sinalizado e perdemos um tempão pra encontrar a bendita estação. Precisamos pegar um trem parar numa estação X e depois pegar outro trem. Em cada estação a gente precisava comprar um ticket diferente pra passar na catraca e não conseguimos descobrir se dava pra comprar um ticket diário.
Finalmente chegamos na torre Eiffel. Ela é linda toda iluminada, saí gritando emocionada.


  


Depois da torre era hora de voltar pro aeroporto e corre de volta pro metrô. Nos informamos sobre que linhas pegar, pegamos o primeiro trem e descemos na estação pra trocar de linha. Tinha uma galera muito bêbada no metrô, os trem passavam lotados e com um povo dentro cantando igual uns loucos. E pelas roupas que eles estavam vestindo deduzimos que um jogo de futebol já tinha acontecido e eles estavam retornando. O nosso trem chegou e nos jogamos pra dentro (porque entrar é pra quando tem espaço) e eis que um dos caras bêbados que tava ali esperando também tropeçou no espaço do trem com a plataforma e caiu beijando o chão do trem. E ficou lá! Não conseguia levantar de tão bêbado que tava, os amigos deles que puxaram ele pra cima de novo. Eles sentaram próximo da gente e começaram a mexer nos ingressos e aí que a gente entendeu que o jogo ainda ia acontecer!!! Imagina o quanto eles iam assistir do jogo no estado que estavam? E isso eu digo pra todos os torcedores, porque esse era o estado geral da galera...
Bom, fora o medo de dar encrenca ali do nosso lado, porque a turma do bêbado que caiu em particular ficava esbarrando em todo mundo eu também fiquei com receio de ter pego a linha errada. Porque no mapa de trem que eu tinha essa linha era reta entre dois pontos, mas no mapa que fica dentro do metrô a linha era tipo >---<, ou seja, tinha uma parte comum mas ligava 4 pontos diferentes. Os meninos saíram perguntar e acabamos por decidir de sair do trem e tirar a dúvida lá fora enquanto ainda dava tempo de corrigir o erro. E realmente a gente estava na linha errada, a identificação do metrô era mínima. Mas dessa vez pegamos a linha correta e chegamos direitinho no aeroporto a tempo de pegar as mochilas no guarda-volumes.
Tava todo mundo morte de fome então fizemos logo o check-in pra tentar comer alguma coisa na sala de embarque. Mas quem diz que tinha alguma coisa decente pra comer ali? Duas lanchonetes muito meia boca pra qualidade do aeroporto. Escolhi uma e fui lá comprar um quiche e um refri. A mulher do caixa uma tampa véia. Mal sabia falar inglês apesar de estar trabalhando no embarque internacional e de ter a bandeira inglesa no crachá dela. Fora que não sabia dar troco e se embananava toda na entrega dos recibos. Fiquei ali pedindo o recibo correto (porque ela tinha me dado um de valor errado) e como ela não entendia nada quis levantar a voz comigo. Fala sério né? Mandei ela baixar o tom de voz rapidinho. Palhaça!
Chamaram pra embarcar e uma zona se instalou. Não existia fila, ordem, nada. Mal a gente conseguia escutar quais fileiras estavam sendo chamadas antes. Mas conseguimos descobrir que eram as nossas filas que estavam sendo chamadas entramos e sentamos bonitinhos. O avião decolou e o jantar foi servido. Eles serviam champanhe então obviamente aceitei uma taça, mandei um dramin pra dentro e dormi 2/3 do voo. Maravilha!!! Nem acreditei quando acordei e vi que já estávamos em Fortaleza quando olhei o mapinha.
Mas aí a gente pousa em Guarulhos e temos que voltar à realidade na marra. Esteira de malas que é uma vergonha, ar-condicionado que não dava conta ou tava desligando mesmo, carrinho de mala emperrando, lanchonete que serve pão francês, vende ciabatta e cobra croissant... 
Embarquei de novo pra Curitiba e só me dei conta que quebraram uma roda da minha mala nova depois de sair da sala de embarque e fui num corredor que deveria ter um atendente pra cada companhia aérea pra resolver essas questões de malas. A sala da TAM tava fechada. Subi no bãlcão de atendimento e a guria do 'esqueceu' que eu tinha um carrinho de malas pra carregar e me manda achar uma tal duma portinha que é impossível de encontrar. Voltei no balcão com o carrinho mais uma vez e ela me faz a grande pergunta 'Deu certo?'. Que vontade de responder que se tivesse dado certo eu não ia estar ali, né? Falei que não, que não achei a tal porta, e que era pra ela chamar a pessoa ali encima ou então que era pra ela chamar alguém pra empurrar o carrinho pra mim, porquê eu já tava cansada de zanzar pelo aeroporto atrás de alguém que não estava no lugar que deveria estar. Só pra constar, meu carrinho de malas devia estar pesando uns 80kg. Resultado é que eu nem conseguiria entrar na tal portinha porque só dá pra abrir com senha ou chamando a pessoa lá dentro pelo rádio!!
No aeroporto paguei o taxi no balcão da cooperativa, peguei o voucher e fui pegar o taxi. O taxista colocou minhas malas no porta-malas, entrou no taxi e já quis pegar o voucher. Falei que ia entrar depois. O taxista me diz que não faz diferença. Respondi que justamente, se não fazia diferença eu entregaria depois. Fala sério, entrego o voucher só se me deixar na frente de casa, né?
Ai que saudade que me dá da Suécia...

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Skiing

Sábado passado eu, o Gui e o Maciel (meu chefe brasileiro que tá aqui também) fomos esquiar na neve. Mas os preparativos começaram já na sexta. Como o Maciel só trouxe calça jeans ele foi no shopping comprar uma calça apropriada pra esquiar e me ligou depois avisando que o aparato era grande: calça a prova d'água, meias especiais, calça de algodão pra usar por baixo, luvas também a prova d´água... Então lá fui eu também pro shopping às compra$. Comprei uma calça e um outro par de luvas. Não foi barato, apesar de quando ter chegado no caixa a mocinha ter me dito que eu as peças estavam com 20% de desconto naquele dia. Mas não me arrependi de ter comprado porquê fiquei bem quentinha mesmo ter rolado rampa abaixo umas 200 vezes. 
O Gui ainda não tinha chegado de Londres quando fui às compras, mas eu sabia que ele tinha a tal calça e que essa ia ser a chance ideal de inaugurar a famosa calça, hahahah.
Bom, o combinado era de no sábado de manhã pegar um ônibus que ia pra estação de esqui num posto de ônibus do lado da CentralStation. Perdemos o ônibus, mas já estávamos lá com toda a indumentária, então resolvemos alugar um carro, colocar o destino no cel e tocar pra Ulricehamn.
Mas novamente, uma outra tarefa teve que ser executada antes - tirar o gelo dos vidros do carro.





Vidros limpos, carro (quase) quente, pé na estrada. O caminho inteiro a paisagem era assim








Eu só não entendi a lógica de tantos trailers num lugar e época tão frios. 




1h30 depois a gente chegou em Ulricehamn, mas pegamos a direção errada dentro da cidade e paramos do outro lado da cidade pra pedir direção. E como já estávamos parados na frente de um lago congelado, fomos lá sapatear um pouco no gelo.









Realiza a minha felicidade por finalmente conseguir fazer um anjinho na neve! Eu ri muito deitada ali :P
















Com as direções corretas chegamos na estação de ski de Ulricehamn. Estacionamos o carro e fomos até o lugar onde aluga toda a indumentária, que é composta de: bota, capacete, skis e aquelas 'bengalinhas' que não sei como chama. Calçamos as botas e ficamos já praticamente imóveis. É muito complicado de caminhar com aquelas botas, porquê os pés ficam numa posição tal que é praticamente impossível de esticar as pernas totalmente, o que torna a caminhada uma tarefa mega-complicada. Isso sem falar que eu não conseguia fechar sozinha os 3 grampos de cada bota, precisei da ajuda do Maciel e do Gui pra fechar.
Mas depois de todo o aparato separado começou o outro problema - levar os tênis de volta pro carro. E aí, como faz? Coloca os esquis ou leva na mão? No caso, só pra constar, os esquis são MUITO pesados. Coloca o capacete com o gorro e fica completamente surda ou sem o gorro, fica só 50% surda mas congela a testa? Pendura as bengalinhas nos braços pelas alças e vai arrastando o caminho inteiro ou segura elas de verdade? Pra resumir eu conseguir tentar todas as combinações possíveis num espaço de 10m e acabei por levar tudo na mão mesmo. Quando cheguei no carro eu já tava suando e olha que foi o dia mais frio que já peguei aqui!! 



Tênis no carro, qual pista ir? Infantil, ÓBVIO!!! Nessa foto aí encima dá pra ver duas pistas maiores. A foto é só ilustrativa pra mostrar como é o lugar. Nós ficamos no playground mesmo...
A pista era dividida em dois estágios, fiquei só no primeiro. Esquiar é difícil demais. Mas eu só descobri isso depois que resolvi ser a primeira a descer a rampa da parte mais alta da rampa infantil. Falei "Alguém tem que ser o primeiro, né? Vou eu então!" O Maciel e o Gui super me apoiaram "Vai vai...". Literalmente me joguei com os esquis retos, foi o capote. Nem cheguei a descer muito já tava rolando.




Eu já tinha noção de que ia ser difícil, mas não de que ia ser tão difícil. Acho que talvez porquê quando eu fui esquiar no gelo em janeiro do ano passado eu peguei a manhã bem fácil (e sem cair) eu achei que ia aprender a esquiar fácil também. Ledo engando. O foda é ver umas crianças de uns 5 anos de idade descendo na maior velocidade e fazendo umas manobras que pra gente parecem impossíveis. Dá muita raiva deles. Eu e o Gui paramos várias vezes olhando indignados pras criancinhas "Como pode ser tão fácil?" "Porquê a gente não consegue?".
Também gastei um bom tempo observando o resto do povo, os pais e o instrutores ensinando as crianças e descobri que os esquis tem que ficar apontando em V invertido, joelhos dobrados, corpo inclinado pra frente, segurando os joelhos e os pés inclinados pra dentro, assim é possível controlar a velocidade dos esquis. Fácil, né? Levei o dia inteiro pra começar a controlar os esquis. Quando eu tava pegando o jeito eu já tava cansada demais pra fazer todo o balé de novo.
Mas até conseguir começar a controlar eu fui a diversão do povo ali com as minhas quedas sensacionais. Em uma delas eu fiquei com os esquis e as pernas tão atravessadas que pra qualquer lado que eu inclinasse pra tentar desprender um dos patins eu morria de dor do outro lado, ah também porque caí num lugar que só tinha bolas de gelo e não neve, de tão imprevisível que alguém fosse cair lá. Fiquei lá estirada no chão toda torta gritando pro Gui vir me ajudar!! E claro essa queda me proporcionou uma maravilhosa coleção de roxos pelo corpo.











O Maciel escolheu o snowboard ao invés do ski, mas não sei o que é mais difícil, mas sei dizer que ele tomou um capote que foi praticamente um duplo twist carpado.







Voltamos pra Gothenburg acabados. Escolhemos um restaurante bem próximo porque tava cada um reclamando de dor em algum lugar. De sobremesa cada um tomou um comprimido de Torsilax pra dar aquela aliviada.



Eu estou até hoje com o meu joelho direito ruim, parece que tem alguma engrenagem fora do lugar. Agora tá bom, tô com os dois joelhos ruins, ficou parelho pelo menos. 
Mas mesmo com o joelho ferrado eu não me arrependo nem um pouco de ter ido esquiar. Adorei e vou de novo quando tiver oportunidade. Até porquê agora eu já tenho as calças e luvas corretas.
Ah, pra completar esse foi o dia mais frio que peguei por aqui. -17ºC