segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

O Gui chegou!!

O Gui veio me visitar. Atravessou o Atlântico e veio me ver. Fiquei muito feliz. A ansiedade dos dois era gigante. Eu por estar há dois meses e meio sem ver ninguém do Brasil e ele porque nunca veio pra Europa antes e também nunca tinha visto neve.
Expliquei pra ele qual ônibus pegar do aeroporto até a CentralStation e fui lá encontrar com ele na hora que o busão chegava. Digamos que o nosso encontro no ponto de ônibus do lado de fora da Centralstation à 00h30 da madrugada foi inusitada para alguns suécos que estavam passando. Só coisa pra grandes amigos mesmo fazerem: pular + gritar + abraçar!
Viemos pro hotel, comemos umas coisinhas, botamos uma parte do papo em dia e fomos dormir. Dia seguinte acordar cedinho pra aproveitar o 'sol' e perambular por aí. 
Passamos pelo canal ao lado do Teatro. O canal tava congelado, mas a camada de gelo era bem fininha. Em fevereiro de 2011 quando estive aqui, a camada de gelo era tão grossa que era tudo branco mesmo, as pessoas caminhavam por cima e abriam buraco no gelo com uma ferramenta que parecia um parafuso gigante pra poderem pescar.










O Gui enlouquecido sapateando no gelo.






Skansen Kronen. Mas e aí, como faz pra subir uma escada cheia de gelo? Como a vontade era maior que o medo fomos nos segurando no corrimão a cada degrau e umas derrapadas depois estávamos lá encima.



Enquanto a gente estava lá encima veio um outro brasileiro perdido que apesar de ter ficado em Göt por um mês não sabia ainda que direção ficava o hotel dele e me pediu como fazia pra chegar. Me senti A nativa explicando como ele tinha que fazer pra voltar pro hotel dele e onde ele podia ir pra comprar o presente (de última hora) pra esposa. No caso, porquê homem sempre deixa pra comprar o presente da esposa por último? 
Eu já tinha ido no Skansen Kronen em maio e a paisagem era bem diferente, tudo verde e florido, então pra mim também teve gostinho de novidade subir lá com neve. A paisagem é bem diferente, os telhados com neve, tudo silencioso...




Também passamos pela igreja Oscar Fredrik, que é linda demais. Pena que tava fechada e não deu pra entrar. Eu também já entrei nessa igreja e queria que o Gui também pudesse ter visto ela por dentro.




Depois de passar na igreja fomos almoçar. O atendente do café perguntou de onde a gente era e respondemos que brasileiros, ele não acreditou, até apontou pra outra funcionária "Acredita que eles são brasileiros?". E pra desespero ele conhecia um pouco da parte ruim do Brasil - o Corinthians.
Do café fomos pro Slotsskogen, já postei aqui sobre ele, mas as fotos não tinham neve, então vou colocar mais algumas outras aqui.









Eu tentei fazer anjinho na neve, até procuramos um lugar com menos gente circulando pra pagar menos mico, mas a neve não ajudou. Era neve de uma semana já, então já não é mais fofinha, fica com a superfície dura, inclusive quando a gente caminha faz 'crec crec'. Ou seja, paguei um puta mico ali mexendo braço e perna igual loca, quase me matei de tanto rir pra não ficar marca de quase nada depois. Levantei frustrada!




O Gui palhaço brincando de colocar o pé no lago congelado. Avisei que não tava afim de me incomodar!!!!








Aqui um filhote de alce, a galhada ainda é pequena e ele também era pequeno ainda.




Os veados. Tão bonitinhos. Mas se assustaram com a nossa presença ali e foram se esconder, a rena que tava junto foi chamar todos os veados pra comer e daí sim se reuniram. Mas aí quando a rena chegou o grupo que tava todo juntinho no centro abriu a roda, a rena ficou no meio da roda só observando e por último deitou encima dos galhos que estavam ali como refeição.






sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Helsingfors (parte II)

Vou começar com uma brincadeira: Quem consegue achar o carro?




Depois de almoçar eu parei na lojinha de informações turísticas de novo e conversei com um cara muito simpático e que por dar bastante papo eu desconfiei que ele não fosse finlandês, perguntei e era italiano e também sabia algumas palavras de português. O italiano simpático me deu um livreto sobre possíveis auto-tours que podemos fazer pela cidade, tipo circuitos, com tudo que é interessante marcado no mapa e com referências. 
Fui caminhar por uma das ilhas onde fica a catedral ortodoxa. Boa parte da ilha é residencial, mas também tem um hotel gigante, escritório do Ministério de Relações Exteriores e o porto de uma das empresas de Navio de passageiros que atenda Helsinki.



   





Família brincando de escorregar os morros de neve. Juro que morri de vontade de ir lá pedir pra escorregar também. :P




Uns predinhos maravilhas com uma vista melhor ainda. Imagina no verão...






Nesse bairro pelo menos eu vi que existe uma área enorme do estacionamento reservada pros carros híbridos. Tinha um monte ali recarregando a bateria, mas claro que eu tinha que tirar foto do Volvo, né?




Falei no post anterior sobre Helsinki ter umas construções bem modernas integradas à arquitetura mais antiga da cidade... aqui vai um outro exemplo.






Esse é aquele café/restaurante que eu falei antes. Decidi jantar ali já que eu tinha tomado uma sopa meia boca de almoço e comi um salmão delícioso. Mas foi no mínimo interessante ver o povo reparar em mim jantando sozinha vestida com moleton e com as botas cheias de neve.




Essa é a praça da Esplanade, tava linda à noite toda iluminada ainda com a decoração de natal.





Terminei de jantar já era umas bem cedo, lá pelas 18hs. Jantei cedo porque aqui todo mundo janta cedo, acostumei, também porque eu tava com fome depois de perambular tanto e pra completar porque eu já tava morta de cansada depois de passar o dia me equilibrando na neve. Meus pés e joelhos doíam muito, fora que entrou água no pé direito e eu já estava há umas duas horas caminhando com o pé congelado, o que não é nada agradável. E depois de barriga cheia caminhei mais uns 3km pra chegar no hostel, tomar banho, deitar na cama quentinha e descobrir que não tem mais ninguém dividindo o quarto comigo. Maravilha!
Na manhã seguinte já saí com a mochila nas costas pra não precisar caminhar até o hostel só pra pegar a mochila antes de ir pro aeroporto. Ótimo porque economizava uma puta caminhada, mas uma merda caminhar com a mochila nas costas o dia inteiro. Ela não tava pesada mas tinha volume, mas mesmo com a mochila leve, depois de caminhar o dia inteiro com ela nas costas parece que a mochila tem uns 20kg. Bom eu tava ciente disso quando decidi sair com a mochila então nem fiquei me martirizando apesar ter precisado tomar um relaxante muscular na segunda-feira de tanto que estava dolorida...
As ruas já estava com menos mene no asfalto, mas agora tava tudo mais acumulado ainda nas esquinas por conta do trabalho exaustivo das maquininhas no dia anterior. Mas pelo menos dessa vez dava pra enxergar o caminho, no dia anterior nem isso dava. Até fiquei pensando que pra dirigir assim só conhecendo o caminho, senão certo que a pessoa vai entrar em algum lugar que não é rua.




No tour no dia anterior passamos por uma outra igreja luterana que é feita de pedra e é bem famosa tanto pela arquitetura quanto pela acústica. Alguns eventos de música são feitos lá só por causa disso. Mas também não pudemos entrar porque estava acontecendo um funeral :S Deixei pra ir no domingo, mas a igreja só abre em horários bem específicos então também não consegui entrar nessa. No caminho pra igreja encontrei uns bonequinhos de neve numa praça.




Tão vendo a igreja aí? Bom, no tour disseram que pé direito da igreja era de no máximo 13m.




Depois de falhar minha tentativa de conhecer a igreja de pedras por dentro fui de novo pra Esplanade pra pegar o ferry em direção à Suomenlinna (em finlandês) ou Sveaborg (em suéco), que é um conjunto de 6 ilhas onde existe uma fortificação do séc. XVIII que é considerada patrimônio histórico da humanidade pela Unesco. 
O ferry foi rapidinho, em apenas 15 minutos já estava na ilha. Lá além da fortificação também tem muitas casas e prédios com gente morando lá. Também tem vários cafés, restaurantes e até um hostel, mas pelo que notei muitos dos cafés e restaurantes não ficam abertos no inverno. Nessa ilha pode-se transitar com carro, alguns ferries transportam carro, mas é bem caro 35€ o trajeto. Ah, no caso "Suomi" é  "Finlândia" em finlandês (ou suomi).
O forte foi construído quando a Finlândia ainda fazia parte da Suécia, e como Helsinki fica muito próxima de São Petesburgo, na Rússia, a Suécia decidiu construir esse forte tanto para tentar expandir o império como pra se proteger. Mas aí a Russia fez um pacto com Napoleão e a Rússia, guerrearam e a Finlândia foi um estado autônomo russo de 1809 à 1917. Ok, vamos combinar que não tinha como a Suécia ganhar essa, né?








Por toda a ilha existiam placas como essas indicando direções e distâncias, e com o mapa da ilha consegui conhecer tudo. Escolhi não esperar o tour guiado porque ia sair só 1h depois de que cheguei (o cara da loja de informações me passou o horário errado do tour) então pra não ficar lá congelando e também pra economizar 8€ fui conhecer a ilha sozinha.















A cidade ao fundo.









Subi numa parte alta do forte pra poder tirar as fotos da cidade e pra continuar o circuito fui descer por outro lado e afundei na neve. Caí sentada. Mas e aí, como faz pra levantar? Não tem apoio nenhum...ainda bem que eu tava achando divertido, porque fiquei ali tentando várias vezes levantar enquanto congelava 'as partes'.





A fortificação é cheia dessas 'casinhas' com o gramado passando por cima. Obviamente a razão é esconder essas casas, mas é muito bonitinho, parece até as casinhas dos anões do filme O Senhor dos Anéis. :P

















Tem um porto na ilha, mas os barcos estavam todos erguidos e devidamente cobertos pra se protegerem do   gelo e da neve.






Esse é o túmulo do cara que planejou toda a fortificação.








Tão vendo essas tambas de bueiros aí? Pois elas são de um perigo imenso. Eu não sei o que se passa ali mas alguma coisa é quente e derrete a neve que fica encima. A neve derrete, vira água que escorre pra neve e congela de novo, mas aí vira gelo...e quem dá o azar de pisar encima pode escorrer e cair de bunda. E se estiver de mochila, a mochila pode abrir com o impacto no chão e as suas coisas se espalharem no chão. Bom, pelo menos a compressa de gelo na bunda é imediata e evita o  roxo... #Fail.








Gente, isso é um presídio. Eu quase não acreditei quando eu vi. Pensei "O quê? Como assim um presídio numa fortificação que é patrimônio histórico da humanidade? Tem alguma coisa errada..." e aí li a placa de novo e é isso mesmo: um presídio. Fui pesquisar e descobri que esse é um presídio de baixa segurança e os presos vão pra lá voluntariamente para trabalharem na manutenção da fortificação. Primeiro mundo até pros presos.





Essa é a igreja da ilha, o sino é o maior da Finlândia. Não achei muito grande...



Depois que eu voltei de Suomenlinna eu tava morta de cansada de caminhar no meio de tanta neve. Cansa igual caminhar na praia. E como eu tava morrendo de frio (combinação de cansaço e frio mesmo) eu não ia aguentar bater perna por mais 1h30, que era o tempo que eu ainda tinha antes de ir pro aeroporto então decidi pegar o próximo ônibus e ir mais cedo pro quentinho e ficar lá sentadinha lendo meu livro bem confortável. Viajar é ótimo, mas cansa pra xuxú.


Fotos interessantes: