O Gui ainda não tinha chegado de Londres quando fui às compras, mas eu sabia que ele tinha a tal calça e que essa ia ser a chance ideal de inaugurar a famosa calça, hahahah.
Bom, o combinado era de no sábado de manhã pegar um ônibus que ia pra estação de esqui num posto de ônibus do lado da CentralStation. Perdemos o ônibus, mas já estávamos lá com toda a indumentária, então resolvemos alugar um carro, colocar o destino no cel e tocar pra Ulricehamn.
Mas novamente, uma outra tarefa teve que ser executada antes - tirar o gelo dos vidros do carro.
Vidros limpos, carro (quase) quente, pé na estrada. O caminho inteiro a paisagem era assim
Eu só não entendi a lógica de tantos trailers num lugar e época tão frios.
1h30 depois a gente chegou em Ulricehamn, mas pegamos a direção errada dentro da cidade e paramos do outro lado da cidade pra pedir direção. E como já estávamos parados na frente de um lago congelado, fomos lá sapatear um pouco no gelo.
Realiza a minha felicidade por finalmente conseguir fazer um anjinho na neve! Eu ri muito deitada ali :P
Com as direções corretas chegamos na estação de ski de Ulricehamn. Estacionamos o carro e fomos até o lugar onde aluga toda a indumentária, que é composta de: bota, capacete, skis e aquelas 'bengalinhas' que não sei como chama. Calçamos as botas e ficamos já praticamente imóveis. É muito complicado de caminhar com aquelas botas, porquê os pés ficam numa posição tal que é praticamente impossível de esticar as pernas totalmente, o que torna a caminhada uma tarefa mega-complicada. Isso sem falar que eu não conseguia fechar sozinha os 3 grampos de cada bota, precisei da ajuda do Maciel e do Gui pra fechar.
Mas depois de todo o aparato separado começou o outro problema - levar os tênis de volta pro carro. E aí, como faz? Coloca os esquis ou leva na mão? No caso, só pra constar, os esquis são MUITO pesados. Coloca o capacete com o gorro e fica completamente surda ou sem o gorro, fica só 50% surda mas congela a testa? Pendura as bengalinhas nos braços pelas alças e vai arrastando o caminho inteiro ou segura elas de verdade? Pra resumir eu conseguir tentar todas as combinações possíveis num espaço de 10m e acabei por levar tudo na mão mesmo. Quando cheguei no carro eu já tava suando e olha que foi o dia mais frio que já peguei aqui!!
Tênis no carro, qual pista ir? Infantil, ÓBVIO!!! Nessa foto aí encima dá pra ver duas pistas maiores. A foto é só ilustrativa pra mostrar como é o lugar. Nós ficamos no playground mesmo...
A pista era dividida em dois estágios, fiquei só no primeiro. Esquiar é difícil demais. Mas eu só descobri isso depois que resolvi ser a primeira a descer a rampa da parte mais alta da rampa infantil. Falei "Alguém tem que ser o primeiro, né? Vou eu então!" O Maciel e o Gui super me apoiaram "Vai vai...". Literalmente me joguei com os esquis retos, foi o capote. Nem cheguei a descer muito já tava rolando.
Eu já tinha noção de que ia ser difícil, mas não de que ia ser tão difícil. Acho que talvez porquê quando eu fui esquiar no gelo em janeiro do ano passado eu peguei a manhã bem fácil (e sem cair) eu achei que ia aprender a esquiar fácil também. Ledo engando. O foda é ver umas crianças de uns 5 anos de idade descendo na maior velocidade e fazendo umas manobras que pra gente parecem impossíveis. Dá muita raiva deles. Eu e o Gui paramos várias vezes olhando indignados pras criancinhas "Como pode ser tão fácil?" "Porquê a gente não consegue?".
Também gastei um bom tempo observando o resto do povo, os pais e o instrutores ensinando as crianças e descobri que os esquis tem que ficar apontando em V invertido, joelhos dobrados, corpo inclinado pra frente, segurando os joelhos e os pés inclinados pra dentro, assim é possível controlar a velocidade dos esquis. Fácil, né? Levei o dia inteiro pra começar a controlar os esquis. Quando eu tava pegando o jeito eu já tava cansada demais pra fazer todo o balé de novo.
Mas até conseguir começar a controlar eu fui a diversão do povo ali com as minhas quedas sensacionais. Em uma delas eu fiquei com os esquis e as pernas tão atravessadas que pra qualquer lado que eu inclinasse pra tentar desprender um dos patins eu morria de dor do outro lado, ah também porque caí num lugar que só tinha bolas de gelo e não neve, de tão imprevisível que alguém fosse cair lá. Fiquei lá estirada no chão toda torta gritando pro Gui vir me ajudar!! E claro essa queda me proporcionou uma maravilhosa coleção de roxos pelo corpo.
O Maciel escolheu o snowboard ao invés do ski, mas não sei o que é mais difícil, mas sei dizer que ele tomou um capote que foi praticamente um duplo twist carpado.
Voltamos pra Gothenburg acabados. Escolhemos um restaurante bem próximo porque tava cada um reclamando de dor em algum lugar. De sobremesa cada um tomou um comprimido de Torsilax pra dar aquela aliviada.
Eu estou até hoje com o meu joelho direito ruim, parece que tem alguma engrenagem fora do lugar. Agora tá bom, tô com os dois joelhos ruins, ficou parelho pelo menos.
Mas mesmo com o joelho ferrado eu não me arrependo nem um pouco de ter ido esquiar. Adorei e vou de novo quando tiver oportunidade. Até porquê agora eu já tenho as calças e luvas corretas.
Ah, pra completar esse foi o dia mais frio que peguei por aqui. -17ºC
















Tua cara de frustração fez valer este blog, ha ha ha ha ha ha......
ResponderExcluirEu Lendo sozinha no restaurante e dando gargalhadas... Hahahahhahaha
ResponderExcluirMuito bom o relato